Impermeabilização dos lagos nos Campos de Golfe
Os lagos são um elemento comum a quase todos os campos de golfe. No desenho de um campo de golfe estão geralmente presentes um ou mais lagos, sendo que a maioria destes são criados artificialmente. Mas para que servem e como se mantêm?
Funções dos lagos nos Campos de Golfe
Para além da beleza paisagística, os lagos nos campos de golfe cumprem duas funções importantes:
- São considerados obstáculos de jogo;
- São, na maior parte dos casos, a solução mais económica e eficiente para o reservatório de compensação e segurança para a rega – a transformação de lagos artificiais em reservatórios implica apenas o acréscimo de custos relativos ao aumento de profundidade e às estruturas de bombagem. Às vantagens desta solução, acresce o facto de os lagos estarem integrados na paisagem dos campos, beneficiando assim a componente estética.
Balanço Ecológico
O reconhecimento do tipo de lago, em função da sua origem (artificial ou natural), da sua idade e da sua morfologia e morfometria, permitirá avaliar as condições de luz, temperatura, nutrientes e oxigénio que nele coexistem e que interferem de forma decisiva na sua dinâmica e balanço ecológico.
Desta forma, poder-se-á prever o tipo de problemas que poderão surgir e planear soluções de gestão preventiva e/ou medidas de reabilitação adequadas.
Numa massa de água em processo de equilíbrio natural, à medida que os nutrientes entram no ecossistema são metabolizados pelas bactérias aeróbias, algas e plantas aquáticas. Esta actividade metabólica é garantida pelo oxigénio dissolvido normalmente presente na água, que é resultante da fotossíntese, da acção mecânica do vento, da chuva e das ondas.
No entanto, este equilíbrio pode facilmente desaparecer se houver uma conjugação de factores, que origine uma deficiência do oxigénio necessário para manter esse processo a acontecer de forma saudável. Falamos de factores como:
- Entrada ou acumulação excessiva de nutrientes;
- Diminuição dos teores de oxigénio dissolvido – por ausência de sol e diminuição do processo fotossintético ou por sucessivas noites de elevado calor;
- Temperatura excessiva da água;
- Mortalidade em peixes e outros organismos aquáticos.
Problemas comuns nos lagos
As causas de problemas nos lagos relacionam-se com os vários factores referidos anteriormente – luz solar, estratificação térmica e nutrientes. Estes factores estão, normalmente, ligados entre si.
Um ecossistema aquático equilibrado deverá ter populações reduzidas de algas e plantas infestantes, bem como níveis de nutrientes equilibrados. Toda esta cadeia alimentar equilibrada tem de ser suportada por níveis de oxigénio suficientes. A qualidade da água é o factor determinante para a gestão do lago.
Para os responsáveis pela gestão do campo de golfe é muito importante conjugar a qualidade da água dos lagos com a possibilidade de a utilizar na rega da relva – uma vez que esta, como vimos anteriormente, é uma das principais funções dos mesmos.
A importância da gestão preventiva
Conforme se verifica na maior parte das situações, também aqui os custos das ações corretivas dos problemas são crescentes à medida que a acção for retardada e o desequilíbrio ecológico se agravar. É fundamental, por isso, que os gestores do campo de golfe apostem em medidas preventivas.
Como a maior parte dos lagos presentes em campos de golfe são criados artificialmente, a fase de projeto é determinante, na medida em que a pessoa responsável deverá considerar os aspectos biológicos e forma como estes podem ser influenciados pelas características do lago. A escolha da dimensão certa, por exemplo, pode ajudar à manutenção de uma boa qualidade da água, bem como evitar ou atenuar futuros problemas de gestão à medida que a massa de água for envelhecendo.
Recomendações para prevenção de problemas nos lagos:
- Profundidade do lago – A profundidade mínima deve ser de 3 m.
- Morfometria – Devem ser evitadas penínsulas ou braços de terra.
- Morfologia – As margens dos lagos e a zona litoral devem ter a dimensão e a vegetação necessária para funcionarem como zonas de retenção de lixiviados e nutrientes.
- Electricidade – É aconselhável, na fase de construção do campo de golfe/lago, prever a instalação de tubagem para condução de cabos de alimentação eléctrica.
- Impermeabilização do fundo do lago – É necessário avaliar se o tipo de solo existente permite a acumulação de água, ou mesmo, se a drenagem das águas do futuro lago pode afectar aquíferos subterrâneos.
Nestas situações, a solução aplicada pela Prudêncio – revestimento com membranas TPO Koster – permitirá uma mais fácil gestão futura do lago, pela diminuição:
- da influência dos sedimentos na qualidade da água;
- da probabilidade de desenvolvimento de plantas de fundo;
- das necessidades de limpeza dos fundos.
Cuidados a ter na Impermeabilização de lagos
Devem ser tidos alguns cuidados na aplicação das membranas, em particular os seguintes:
- Verificar os níveis dos aquíferos subterrâneos;
- Verificar se a implantação do lago se está a fazer em terrenos com elevada taxa de decomposição orgânica;
- Em função dos aspectos anteriores, instalar, sob a membrana, sistemas de drenagem adequados que impeçam, quer a flutuação e deslocação da membrana, quer a formação de bolsas de gás;
- O leito de suporte da membrana não deve ser irregular, nem com pontas ou arestas que provoquem rupturas;
- A aplicação da membrana deve ser efectuada por profissionais especializados e certificados.
Conclusões
As massas de água, artificiais ou naturais, integradas em campos de golfe constituem um desafio interdisciplinar para os responsáveis, desde a fase de projecto até à fase de manutenção, passando pela implementação.
As boas práticas preventivas constituem uma responsabilidade que se reflecte a vários níveis:
- Económico-social – a manutenção dos espaços verdes saudáveis, bem tratados e integrados na paisagem natural, é uma das chaves para o sucesso desta atividade turística – os Campos de Golfe são uma das principais atividades turísticas de Portugal.
- Ambiental – as significativas necessidades de água, não só para o abastecimento da rega, mas também para a criação de planos de água eficazes, impõe, em função da sua escassez, a adopção de medidas que passem pela sua reutilização, pela protecção contra fenómenos de eutrofização e pela protecção das águas subterrâneas contra infiltrações.
- Gestão da actividade – uma gestão rigorosa da água disponível permitirá a curto prazo relações custo/benefício mais interessantes e a médio / longo prazo a sustentabilidade da actividade, em particular em zonas sob stress hídrico como é o caso do Algarve.
Na gestão dos lagos é importante reter os seguintes aspectos fundamentais:
1) Cada lago é um ecossistema único, com características próprias que é necessário avaliar e conhecer.
2) Uma boa gestão passa pelo equilíbrio entre temperatura, nutrientes, oxigénio e circulação de água.
3) Usar várias medidas preventivas, como a impermeabilização, de forma complementar e integrada, é a melhor forma de evitar o surgimento de problemas.
4) A aplicação de medidas correctivas deve ser considerada sempre como último recurso.
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Artigo com base no “Manual de Boas Práticas Ambientais para Campos de Golfe” da Agência Portuguesa do Ambiente.