Uma breve História da Sé de Braga
A Sé de Braga foi a primeira catedral portuguesa erigida várias décadas antes da fundação do país. É considerada o ex-libris da cidade, conservando no seu interior testemunhos artísticos dos seus mais de nove séculos de história. A Prudêncio orgulha-se de ter feito parte desta História, tendo sido responsável pela sua reabilitação na área das impermeabilizações de telhados e pavimentos. Continue a ler para saber mais sobre este magnífico monumento.
A Sé Catedral é dos monumentos mais visitados da cidade de Braga, e está classificada como Monumento Nacional desde 1910. É considerada como um centro de irradiação episcopal e como um dos mais importantes templos do românico no país. É neste monumento que se encontram os famosos túmulos de Henrique de Borgonha, conde de Portugal, e de sua esposa, Teresa de Leão, pais de D. Afonso Henriques, o fundador e primeiro rei de Portugal. Os túmulos podem ser visitados na Capela dos Reis.
Consulte aqui a obra da Sé de Braga nas nossas Obras de Referência.
As suas origens
Um facto menos conhecido sobre a Sé de Braga, é que esta assenta sobre um outro templo do século V, remontando à época romana. Acredita-se que o templo romano era dedicado a Ísis, divindade egípcia muito venerada pelos romanos, conforme testemunha a inscrição nas traseiras da Sé. Ao longo da História da Humanidade é frequente encontrarmos casos como este, nos quais um templo religioso foi erigido no mesmo local onde um outro templo, dedicado a outra religião, costumava existir. Isto acontece por razões ligadas à dominação dos povos e afirmação de poder, mas também por razões ligadas à fé, uma vez que na antiguidade se acreditava que determinados locais continham uma carga maior de espiritualidade do que outros.
A primeira catedral do país
A Sé de Braga ostenta o impressionante título de catedral mais antiga do país. A sua fundação deve-se ao bispo D. Pedro, que foi nomeado nos finais de 1070-1071 para administrar a respectiva diocese. Sendo dedicada à Virgem Maria, acredita-se que a escolha do local onde teria existido o antigo culto à deusa Ísis foi intencional.
Nada resta dessa fase e o que de mais antigo se observa diz respeito à época da sua restauração, realizada pelo bispo referido. Mas, mesmo desta época, pouco se sabe. Há conhecimento que o altar-mor estava pronto em 1089, pois nesta data foi realizado o ato de sagração, onde estiveram presentes diversos elementos preponderantes da Igreja, entre eles o legado pontifício – D. Bernardo de Toledo.
Também designada como Catedral de Santa Maria de Braga, nela se conservam testemunhos artísticos dos seus mais de nove séculos de história.
Estética e intervenções
A Sé de Braga foi concebida segundo uma linha de peregrinação à semelhança de Santiago de Compostela e de Igrejas Francesas, composta por três naves, transepto saliente, cabeceira e deambulatório.
Ao longo dos séculos, foram sendo feitas modificações na Sé românica, tornando-a um complexo e fascinante conjunto de estilos arquitetónicos e decorativos. Por exemplo, em 1727 a frontaria da Sé de Braga passou a ser remodelada pela mão do arquiteto Manuel Fernandes da Silva, sendo que apenas o andar térreo manteve a decoração original do portal românico de dupla arquivolta, em volta do qual existe um arco gótico com as armas de D. Diogo de Sousa.
Na fachada meridional da Sé de Braga encontra-se a Porta do Sol, de estilo românico, sendo esta em forma de arco de volta perfeita e com o tímpano preenchido por uma cruz vazada com laçarias à sua volta.
Já no tempo do rei D. Manuel I, logo no início do século XVI, o arquiteto João de Castilho passou a renovar a cabeceira poligonal. Assim, nesta cabeceira passaram a rasgar-se botaréus cogulhados, janelas ogivais e uma platibanda rendilhada.
Na face norte é de destacar a Capela da Glória, uma obra ogival do século XIV, com uma torre coroada por ameias e uma sóbria frontaria com janelas geminadas.
O interior da Sé de Braga é marcado por uma sólida e imponente atmosfera românica. As três naves encontram-se divididas em seis tramos através de arcos de volta perfeita, sendo a cabeceira formada por quatro absidíolos e por uma abside. O transepto e a capela-mor são separados por um arco de triunfo em forma de ogiva.
Quanto ao esplendoroso frontal de altar em calcário branco, de estilo gótico (na sua fase final), é apenas um fragmento que veio substituir o antigo retábulo-mor, que foi mutilado durante as campanhas que ocorreram no século XVIII.
No lado direito da entrada, encontra-se o túmulo do infante D. Afonso, o primeiro filho de D. João I, próximo do qual se encontra a belíssima pia batismal em calcário branco de Ançã, de estilo manuelino.
No piso superior da Sé de Braga, podemos encontrar o Museu de Arte Sacra, onde se encontram guardados alguns dos mais impressionantes tesouros da arte nacional, entre os quais um importante acervo de esculturas sagradas, ourivesaria e joalharia, além de muitas outras alfaias de culto.
Junto à escadaria do Museu podemos visitar a Capela dos Reis, uma construção gótica que abriga os túmulos com as estátuas dos condes D. Henrique e D. Teresa.
Intervenção de 1996 a 1998
Destacamos os trabalhos de reabilitação, conservação e restauro, iniciados em 1996 e terminados em 1998, realizados pela AOF. Estes trabalhos representaram uma das mais relevantes obras executadas em tempos recentes que abrangeram várias especialidades e diferentes trabalhos.
Desta vasta intervenção, mencionamos a colocação de sistemas de impermeabilização em PVC no terraço sobre o claustro, nas torres sineiras, nos pavimentos térreos das naves e do transepto da igreja e em pontos singulares do telhado (sob a telha), como cumes, beirados, pingadeiras e gueiros, que foram realizados pela Prudêncio.
Tesouro Museu
Fundado em 1930, o Tesouro Museu da Sé é famoso pela sua rica coleção, que inclui artefactos tão fascinantes como a cruz da primeira missa celebrada no Brasil, levada pelo navegador Pedro Álvares Cabral.
O nome deste fascinante museu deve-se ao facto deste albergar notáveis e valiosos tesouros históricos, incluindo algumas das peças mais relevantes da História do nosso país. Por entre as peças mais emblemáticas contam-se: o túmulo Paleo-Cristão (séc. V-VI), o Cofre de Marfim (1004-1008), ou o Cálice e a Patena de S. Geraldo (séc. XI). Mas também outras, como a Mitra e as Luvas do Arcebispo D. Gonçalo Pereira (1326-1348), a escultura da Virgem do Leite (1515), e o Órgão Portátil (1685), atraem a atenção dos visitantes. Algumas serão autênticas descobertas, como os sapatos litúrgicos do Arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles (1704-1728), ou o asterisco, peça muito original, mas com uma função muito prática: não permitir que a hóstia consagrada esvoaçasse.
O museu reabriu ao público no dia 30 de Março de 2007, após a conclusão das obras de requalificação e ampliação do edifício e da renovação da sua exposição permanente.
10 obras de referência do Museu:
- Túmulo romano-cristão, século V-VI
- Cofre de Marfim, século XI
- Cálice e Patena de S. Geraldo, século X-XI
- Crossa de Báculo, século XII-XIII
- Mitra e Luvas Pontificais de D. Gonçalo Pereira, século XIV
- Cruz do Brasil, século XVI
- Cálice de D. Diogo de Sousa, 1509
- Nossa Senhora do Leite, ca 1515
- Órgão de D. Luís de Sousa, 1685
- Sapatos Litúrgicos de D. Rodrigo de Moura Teles, século XVIII
A visita à Sé Catedral e ao Tesouro Museu é obrigatória para os viajantes que visitam a cidade de Braga, sobretudo para os mais apaixonados por História.
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